sábado, junho 02, 2012

leva-me


dispo-me de todos os meus trajes
e olho em ti o que só eu vejo
és o meu espelho a minha miragem
que se delonga para além de nós
aceita-me assim como sou  
e cristalino como estou
leva-me a voar  e beijar  o sol
que há em ti.
.
Foto : oma

terça-feira, maio 29, 2012

Adolescência


Na adolescência
A Inocência
Da vida sonhar
Sua musa encontrar
Uma melodia escrever
Para sua beleza cantar
Em suas mãos
O mundo pegar
Em paixões gigante
Nos ideais amante
Em cada esquina
Sem medos sentir
Num rasgo
A vida encontrar
De nada fugir
Sentir
Nada acabar
Desabridamente Amar
Amargura sentir
Se um amor perder
Sonhos guardando
Sentir que é amado
Sabendo que está amando
Um olhar feliz
Tudo lhe diz
Em paixão incontida
Sente pulsar
A vontade de amar
Na força da vida
Seu peito se abre
Em Arco-íris
De sentimentos
Seu amor é lança
Que novos amores lhe traz
Seu êxtase alcança
E faz sonhar
Na Inocência
Da Adolescência.
.
Foto : mycatherina

segunda-feira, maio 28, 2012

às vezes





As vezes dou comigo a meditar coisas que não posso compartir.   Penso que por vezes sou desigual de tudo, e então sonho que sou uma árvore e que tu és uma ave, que se sentará num ramo a chilrear.    Amanhã é um outro dia e então talvez eu me tenha metamorfoseado, já em outro personagem.  Talvez eu seja um barco.    E a tormenta da noite acordará os meus delírios e eu volte a ser vulgar.    Amanhã é outro dia deste mês de Maio.    Amanhã há uma vida para redescobrir.
.

domingo, maio 27, 2012

espraiando


Para ver os teus olhos
Espreito pela janela
Dos meus desejos
E vejo neles o azul que o céu reflete
Em cores doces e singelas
Na penumbra da sombra
Que uma nuvem desliza
Sobre nós
Em reflexo da força
Que em ti que invento
Para saber onde começa
O brilho que de teus olhos emana
No espelho do teu corpo
Espraiando sobre a cama.
.

sábado, maio 26, 2012

No Céu



No céu as nuvens espreguiçam-se
Em pingos de chuva
Que brandamente
Dissolvem-se em mim
No meu corpo que se sente ensopado
E gélido
Não gosto de sentir o cair da chuva
Em mim
Mas sorvo as gotas
Como cálices de saudades
Fecho os olhos
E
Lembro-me de ti.
.


segunda-feira, maio 21, 2012

Divagação




Contigo era tudo muito complexo
No entanto, aprendi coisas simples
E quando tu me olhavas e os teus olhos
Ficavam ainda mais azuis e  umas rugas finas
Te serpenteavam a testa, eu sabia que
Era melhor me reprimir, senão ainda tudo ruía
E em meu redor as flores acabariam
Por expirar de sede.
.
Foto:Suravi

quarta-feira, maio 16, 2012

Praça da Figueira ou um Retrato de Lisboa


 
Fim de Tarde

A instalação sonora debita uma música que pretende dar alguma animação à praça.
Algumas pessoas, não muitas, passam em fim de dia, umas apressadas outras nem tanto, poucas as que param mirando as montras talvez olhando aquela peça que gostariam de possuir e...
Alguma deambulando pela canícula que se faz sentir deixando que o ocaso traga a noite e com ela ...
Um invisual tenta descobrir uma fresta entre o emaranhado de carros estacionados, alguns corretamente outros nem por isso ocupando parcialmente o passeio.
Eis que a nesga! está ali!
Quer atravessar a rua?
Sim! Posso atravessar?
Pode!
Uma mão no braço. Seria preciso?
O encontro com o passeio do outro lado da rua.
Cuidado!
Onde devia estar a calçada um omnipresente buraco assumindo-se com orgulho.
Aqui estou. Sou um de muitos que existem por essa Lisboa.
Desvio
Retoma do percurso
Mais à frente as mesas e cadeiras da esplanada de um café tomam conta do passeio.
Desvio,
Sem hesitações.
Este é um obstáculo já conhecido.
Presente e permanente como tantos nos passeios de Lisboa

Foto : colinek

sábado, maio 12, 2012

Palavras


Palavras
São nadas
Ditos em frases dispersas
Na poeira das ideias
Por ventos passageiros levadas
Em gritos sussurradas
Nos sentidos
Em que são ditas
Fáceis, leves, ligeiras
Alegres, tristes, brejeiras
Fugas de nós
De outrem
De alguém
Sem saber de onde
De quê
Ou de quem
Sílabas em conjunto
De correta gramatical dita, escrita
Quão fácil é dizê-las, escrevê-las
Difícil, senti-las, sofrê-las
No falar
Sem um som articular
Tudo dizer
No silêncio de um olhar.
.
foto : dariano

quarta-feira, maio 09, 2012

penso....


Penso
Que estou aqui
Que sei
Que quero
Ou…
Talvez não
Penso…
Que sou
Um número mais
Nas contas da vida
Um entre tantos
Um mais
A fazer de conta que conta
E penso…
Que vivo
E penso…
Poder sonhar
Sentir, Sofrer
Rir, Chorar
Poder amar
E penso…

… que penso.
.
Foto : MaciekPorto

segunda-feira, maio 07, 2012

de ti


Desde quando,
Como e porquê
Eu já não sei
Foste a razão
Do meu viver
Por isso te amei
És Noite
És Dia
És Estrela, Lua, Sol
Serás sempre
Meu Guia
Meu Farol
Se por ti foi sentido,
Ou foi fingido
Hoje não sei
Recordo o sabor dos teus lábios
Naquele beijo que um dia te dei
Se fui eu que o quis
Ou tu que o quiseste
Agora que partiste
Pouco importa
Se fui eu que te dei
Ou tu que me deste
De teus lábios recordo
O ardor
Seu amor imenso
Dos teus
Meus lábios sedentos
Do seu sabor intenso.
.

sábado, maio 05, 2012

momentos



é deste lado da ponte, nesta outra margem,  que eu renasço nos instantes em que estou junto ao mar.

sento-me e fico de olhar atento ao voo das gaivotas, e avivo o olhar nas pinceladas de cor desenhadas no céu ao cair da tarde.

são estes momentos de pura magia que eu necessito, para me lembrar  e sentir que a vida vale a pena.



quinta-feira, maio 03, 2012

não quero


Não quero
O que tens para me dar
Quero a dor de te ver partir
Sem te ter visto chegar


Conhecer o teu futuro
No passado de onde vens
Nos caminhos que trilhaste
Por quelhas, vales e montes
Os atalhos em que viveste
Encruzilhadas sem destino
Sem sinais de norte ou sul

Quero asas para voar
Para lá do pensamento
Qual folha pelo vento levitando
Numa dança de loucura
Por teu corpo caminhar
Quero ser o teu amante
É o que tenho para te dar.
.
  • Foto : Arveth
  • terça-feira, maio 01, 2012

    dúvidas




    ...e as respostas que não veem.
    Pela janela vejo a chuva, ouço o vento, ambos se conjugando em tempestade.
    Passo os olhos pela crónica de uma revista e, em tempestade de ideias, relembro a visitita que fiz a um amigo hospitalizado em que falámos da… vida.
    Vida. Porque se lembrou alguém de usar essa palavra e não outra?
    Não seria mais correto dizer “estruturas celulares em constante mutação?”.
    Pelos vistos não. Alguém decidiu que tudo funcionaria de forma organizada e criou os rótulos tipo “vida”, “nasceste”, és “criança”, “jovem”, “adulto”, e por aí fora, que nos vão sendo colocados de forma sequencial como encomenda a ser expedida em correio azul, claro está na moda, dos rótulos escritos passámos a ser também rotulados com cores.
    Tem piada, é a senha azul para o guichet 4, verde para o 5, amarelo para o 7.
    Ou será que as cores não foram utilizadas primeiro?
    Pretos, Brancos, Amarelos, Vermelhos!
    Não deve ter sido fácil organizar tudo isto.
    A dificuldade de perceber deve ser minha. Alguma falha deve ter acontecido no “controlo da qualidade” para eu ter sido incluído num lote dos “sem defeito”, pois mais um rótulo, e expedido para…
    É que continuo sem encontrar a senha para o guichet das dúvidas!
    Mas para o que raio me havia de dar, estar para aqui a “filosofar” sobre coisas de que nada percebo!

    segunda-feira, abril 30, 2012

    amigo


    Em ondas de amor gerado
    Em mar de dores parido
    Em ondas de sonhos criado
    Em mar de dores vivido
                                        
    Ondas de sonhos viveste
    Ondas de amor navegaste
    Tuas ondas escolheste
    Tuas ondas partilhaste

    Numa onda que viste
    Tua onda encontraste
    Na onda em que partiste
    Marés de saudades deixaste.
    .
    Foto : papajedi

    domingo, abril 29, 2012

    Sei


    Sei que nunca vimos juntos
    O pôr do sol e que nunca me olhaste
    Assim quando eu nem sequer sabia de ti.

    Mas sei que em ti existem sentires
    Que tu nem sequer sabes que existem
    E que eu espero um dia também sentir.

    Por isso hoje quando o sol se esconder
    Eu sei que algures tu estás a ver
    O mesmo sol que nos aqueceu .

    foto : komarek66


    sábado, abril 28, 2012

    Eu


    No espelho em que me vejo
    Num olhar dentro de mim
    Tento ver o que sou
    Juiz em causa própria
    Em tendencioso julgamento
    De parcial sentença ditando
    Seco, bruto e rude
    Árvore selvagem
    De espinhos revestida
    Meigo, terno e carinhoso
    Papoila a que o vento leva as pétalas
    Despindo o esguio caule
    Que em suaves movimentos
    Continua dançando a vida.
    .
    Foto : dormik

    quarta-feira, abril 25, 2012

    até amanhã...ou a vontade de viver...


    Faz tempo!
    Quanto não sei!
    Faz tempo que não te ouvia!
    Tempo ou espaço?
     Porque espaço é o tempo que medeia entre o antes e o depois!
    Hoje ouvi-te.
    Ouvi as tuas lágrimas.
    Aconteceu hoje.
     Podia ter acontecido ontem ou…
    Percebi.
    Percebi que a vida é tramada, cruel, até desumana.
    Leio muitas e muitas vezes “vive cada dia como se fosse o último”.
    O último de quê?
    De nada!
    Do nada que somos!
    Do nada em que estamos!
    Do nada de onde viemos!
    Do nada para onde vamos!
    Do nada em que te encontras!
    Do nada que sobrou!
    Revolta mais que mágoa eras tu, ali!
    Revolta de ti?
     De quem?
     De quê?
    Ficou a duvida.
    Percebi.
    Percebi que te conheço!
    Estranho talvez dizer que te conheço, se não sei se a mim me conheço.
    Frases simples permitiram, a uma distância que a tecnologia tornou nula, sentir a tua mágoa, revolta, desespero! 
    E que mais…A prisão em que te sentes!
    Grilhetas do passado aprisionando teu futuro!
    Futuro? Onde?
    “Vive cada dia como se fosse o último” quererá dizer que o futuro se resume a um dia?
    Um dia igual a qual?
    Ao de ontem?
    Um dia igual ao de hoje?
    Então para quê vivê-lo?
    Será cobardia não o viver?
    Será coragem?Será o que for…Não o sei!
    Hoje ouvi-te...
    Ouvi-te dizeres
    …………………………...............................Até amanhã..



    domingo, abril 22, 2012

    Solidão


    Por mareantes águas de sentir
    Vais navegando
    Dispersos pensamentos
    São os ventos que te movem
    O sol-pôr de cada dia
    É a estrela tua guia
    Amante noite
    Para tua companhia
    Na solidão
    De um tempo vazio
    Feito de nada
    Em que vagueias perdida
    Por errante estrada
    Nas multidões que te envolvem
    Sem que as vejas ou sintas
    A solidão que sentes
    No abraço da noite
    Teus sonhos vais desenhando



    Para a B.
    .

  • Foto : Beatrisa
  • sábado, abril 21, 2012

    Tudo e Ninguém


    Do terraço o mar avisto
    Em espelho prateado
    Luz da lua reflectindo
    Em sereno adormecido
    O que dele conhecemos
    Tanto e tão pouco sabemos
    Dos perigos que encerra
    Quando se agita e altera
    E dessa forma nosso amigo
    Nos avisa do perigo
    Se o julgamos conhecer
    Num amigo que teremos
    E nem sempre percebemos
    O que nos quer dizer
    Os amigos onde estão!?
    Não os vejo, quem serão!?
    Dum amigo recebemos
    Apoio se precisamos
    Ralhos se os merecemos
    Um amigo ouvir
    Um alerta nos fazer
    Quanto custa entender
    Que os avisos que nos faz
    São bóia p’ra nos salvar
    E assim sermos capaz
    De seus erros perdoar
    P’los amigos inventados
    Pedaços de vida rasgados
    Ficando sem saber
    Quem somos
    Que faremos
    Donde vimos p’ra onde vamos
    Somos ilha, continente
    Pequena migalha de gente
    Estamos aqui e além

    Somos tudo e ninguém!

    .

    quinta-feira, abril 19, 2012

    sem


    sem silhuetas de realidades, vagueio pensamentos pincelados, em cores sépia, retenho ainda as sinuosidades do teu corpo, que a lembrança teima em não querer varrer. não me atrevo a argumentar se é bom ou mau.  apenas sonho.
    .
    Foto  .Arveth

    quarta-feira, abril 18, 2012

    Força


    Todos temos nossos fantasmas
    Forças que são fraquezas
    Fraquezas que são nossas armas
    Em tempo incerto estamos
    No futuro em que nos vemos
    Sabendo a quem a amamos
    Sabemos a quem queremos
    Sermos sempre amados
    Qual flor de jardim florido
    Teremos sempre um amor
    Por quem nos é querido
    No amor nos encontramos
    E ao amarmos damos tudo
    Sabendo que amamos
    Já julgamos saber tudo
    E de tudo o que sabemos
    Do quanto ignoramos
    Àqueles a quem queremos
    Por amor nos entregamos
    Sermos capazes de amar
    E de nós nos esquecermos
    No amor nós encontramos
    A força com que vencemos
    Força que é fraqueza
    Fraqueza que é nossa arma
    Por amor cada um tem
    O seu próprio fantasma.
    .

    segunda-feira, abril 16, 2012

    Ao escurecer




    Ao escurecer, sento-me à beira mar, e retorno ao tempo em que ainda nos tínhamos. Por vezes admito que ainda vamos voltar a ser nós, mas é tudo alucinação. Tu saíste da minha vida como um bando de pássaros que abalaram para outras paragens, e se queres saber, eu também já nem sei se ainda te quero de volta.
    Foto : The  Professor

    domingo, abril 15, 2012

    Leito


    Em gemidos
    Sobressaltos
    Teu corpo
    Meu leito
    Fragâncias que liberta
    Nelas cresce o desejo
    Teus lábios
    De paixão sedentos
    Deslizando por teu peito
    Teus seios
    De prazer desfiladeiros
    Na troca de caricias
    Em teu colo me deito
    Numa vontade desperta
    Nossos corpos se enleiam
    Tela criando
    De cores vivas e quentes
    Em gemidos
    Sobressaltos
    Nossos corpos
    Nosso leito.
    .

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