sábado, novembro 14, 2015

segredos

Mira Nedyalkova

Todos têm segredos
Coragens, orgulhos, medos
Em cada um existe
O herói e o vilão
Que vai dizendo que sim
Sabendo dizer não
O tempo que o tempo leva
É o mesmo que tempo trás
Que parecendo igual
Se torna diferente
Esquecendo o que sentiu
Nas recordações
Do quanto sente
Albergando regresso de memórias
Que se tornam turbilhão
Vivido no presente

segunda-feira, novembro 02, 2015

perfume

Magdalena MadZ

Nem o sol
Nem a lua
Escondem os seus defeitos
De virtudes escassa
Fluente na atitude
Da verdade nua e crua
Que se ergue
Nas palavras
Ditas por amor ou azedume
Em permanente fogueira de paixões
Nascidas de uma vida vazia
Em constante procura
Do odor de um novo perfume

quarta-feira, outubro 28, 2015

viajando

Christine Ellger

Viajando as paisagens vão alternado trazendo até nós, verdes campos, alvas serras entre o belo e o ilusório, marcas que ficam e outras que se perdem nos confins das memórias, e ainda aquelas que ténues por entre a névoa trespassam transversalmente pensamentos e qual nebulosa de galáxia distante.

quarta-feira, outubro 14, 2015

Presença

Nishe

É tão só um pequeno passo
Da melancolia
Ao prazer da vida
À alegria
São inferências
Das palavras soltas
Num dizer em ares de fogo incontido
Afectos que um namoro contém
Desejo de aos ventos trovar
Incontida paixão
Na sede de um abraço
Que não está
Mas que se sente
Na presença
Da ausência

domingo, outubro 11, 2015

Podes

© L U I G I • Q U A R T A
Podes olhar-me
E ver quem eu não sou
Podes chamar-me
Por um nome que não é o meu
Podes jurar
Saber em que acredito
Ver-me calcorrear montes e vales
Pelas estepes mais agrestes
Por floridos prados na primavera
Que não saberás quem sou
De onde venho
Para onde vou

quinta-feira, outubro 08, 2015

Rosa

Alisa Wilcher


De olhos fechados
Acordada
Teus olhos vêem uma rosa
Reluzente pela manhã
Pelo brilho do orvalho
Gotas depositadas em suas pétalas
Pela noite
De amantes sonhos
De vermelhas rosas
Sangue de vida que corre
No sonho de teus amores
E esperas ter em ti
O voo de bandos de aves
Com asas de pétalas de rosa
De toque aveludado
E voas
Voa sempre
Que tua rosa encontrarás

quarta-feira, setembro 30, 2015

distância

Katia Chausheva

Fui-me afastando
Sem saber que o que nos separa
Não são os passos dados
Mas os caminhos que não percorremos

segunda-feira, setembro 28, 2015

Abraço



Quado me sinto triste e de alma cansada
Quando o coração pesa e tudo perde o sentido
Eu paro e olho o Céu imenso
E sinto-Te a meu lado
Dás-me força para galgar montanhas
Elevas-me para andar sobre o mar
Em Teus ombros me levas
Dás-me forças para eu me levantar
E o meu coração Vens alcançar
Elevas-me para alcançar mais do que julgava conseguir
Não há vida sem acreditar em Ti
Meu coração bate de forma imperfeita
Mas Tu chegas e eu me erguendo Te abraço
E em Ti creio encontrar a eternidade

domingo, setembro 20, 2015

Adeus

TJ Scott

As areias húmidas da praia
Afagam pensamentos
Que os olhares buscam
No mar imenso
Nas desmaiadas ondas
Que banhando descalços pés
Arrefecem sentimentos
No cansaço da espera
Enviando para recônditos lugares
De memórias perdidas
Recordações de vãs esperanças
Que aos poucos vão morrendo
Num adeus amigo
E de saudade sentido

domingo, setembro 06, 2015

Sem nome

Laura Makabresku

Da ponte da madrugada
De imaginários ninhos
Saltam pássaros
Abrindo as asas aos ventos de norte
Carregando frio cortante
Qual cutelo de afiado gume
Degola impiedosamente
Os sonhos de liberdade e aventura
Calando o chilrear das alegrias
Da sinfonia das folhas das árvores
Na floresta dos amores
Um dia encontrados
E por atalhos perdidos
Foram decapitados

sábado, setembro 05, 2015

Fim

Laura Makabresku

Desce-se
No início lentamente
Depois
Depois a inclinação vai sendo  mais ingreme
A impulsão da força da gravidade
Aumenta a velocidade
Sem a percepção do que acontece
A distância aumenta
Perdem-se horizontes
E o inicialmente expectável
Começa a ser irrealizável
As vontades enfraquecem
Os desejos vão decaindo
Até que um dia, uma noite
Algures
Acordamos e
Nasce a certeza de que algo se finou

terça-feira, julho 14, 2015

saudade


Em ondas de amor gerado
Em mar de dores parido
Em ondas de sonhos criado
Em mar de dores vivido
Ondas de sonhos viveste
Ondas de amor navegaste
Tuas ondas escolheste
Tuas ondas partilhaste
Numa onda que viste
Tua onda encontraste
Na onda em que partiste
Marés de saudades deixaste

domingo, julho 05, 2015

É Preciso

Filipe Morais

É preciso
É preciso a vida inalar
Guardar a dor
A alegria extasiar
É preciso
Saber esperar
O amor atender
Saber amar
É preciso
As estrelas olhar
Por celestes estradas caminhar
E nas asas da lua sonhar
É preciso
Saber sofrer
Mágoas calar
Lágrimas guardar
É preciso
É preciso ter
Vontade de querer
No póstero acreditar
É preciso
VIVER

terça-feira, junho 23, 2015

pensamentos

Marc Lafontan

Passa-se o tempo
Fica a vontade
Em contraluz
De alvas cores bordejando
As veredas caminhadas
Em sopé de montanhas
De trilhos nunca pisados
Riacho de cristalinas águas
Por estepes serpenteando
Busca sinais
Que ditem novos caminhos
Seguindo pensamentos
Que do espaço/tempo
O tempo nos tráz

segunda-feira, junho 15, 2015

são

                                     
                             
   Nascem
No vazio da alma sentido
São
Sonhos da vida
Sonhos de alguém
Bussola
De cardeais pontos
Guiando caminhos
Procurando sonhos
Aqui e além
De amores encontrados
Teus
De alguém
Nos atalhos
Dos amores desencontrados
Onde estão
Os sonhos que morreram
Por onde vagueiam
Novos sonhos que nasceram

segunda-feira, maio 11, 2015

Cores

richard bernabe

Deslumbra-se a vista
Nas maravilhas
Do arco iris
Nos tons de alegria
Dos campos vestidos
De infinitas cores
A alva neve
Sobre serranos picos deitada
Leito de seus amores
Num abraço de amantes
Riachos gerando
Que os campos regam
E vão semeando
De multicores

sexta-feira, maio 08, 2015

reencontro

Jonni Avri

No reencontro
Vontade de Deus
Lágrimas de saudade
Brotam dos olhos seus
No amor imenso
Daquele abraço sentido
Emoção vivida
Que embarga a voz
O Infinito mar olhando
Em calmas águas
Que serenamente espraiando
As areias da praia beijando
E “de colores”
Benzendo amizades tamanhas
Antes da partida
Na saudade já sentida
Suas preces rezará
E por vontade de Deus
A esperança
Que um dia voltará

sexta-feira, abril 24, 2015

Mar

Ira Zhuyka Dzhul


O mar é lindo
N’ele estou indo
P’ra lá do vento
P’ralém do mar
Vou navegando
Em pensamento
Mar sereno
Mar revolto
Fonte de vida
É,
Como mulher
Fria e fingida
Quando se agita
Em suas ondas
Se torna gigante
A cada momento
A vida nos leva
Como uma amante
Nas ondas do mar
Quais braços da vida
Eu estou indo
Porque, como o amor
O mar é lindo

terça-feira, março 31, 2015

Conta Corrente


Joy Jordan

Nada devo á vida
A vida nada me deve
Do contrato que fizemos
Não escrito
Não falado
Conta corrente não existe
Tão só
Trocas sem valor definido
São apenas desejos
Risos, dores, prazeres
Vontades
Ou nem isso
Soma de erros
Em que o valor é omisso
Colunas de deve e haver
Vazias de sentir
Saldo zero de viver

domingo, março 15, 2015

Rosa

Fetish

E o fogo do brilho do seu olhar
Reflectindo a luz do luar que brilhava
Na viela escura
Degraus subindo
De rosto afogueado
Seus olhos
Dois botões de brancas rosas
Espelhando um amor retraído
Procuravam seu beijo
Sentir a brisa dos lábios
Deslizando em seu rosto
As bocas
Se tocando
Na humidade de um beijo ardente
De amor sedento
O corpo tremendo
Quando seus olhos beijou
O tempo parou

sábado, março 07, 2015

momentos

Metin Demiralay

Há quem fique em nós
E há quem passe
E de si nada fique
Memorias das ondas
De palavras
Imagens
Que nua te mostra
E trazem até mim
Gota de água salgada
Molhando meu rosto
Lágrima de saudade
As emoções dos lábios
Percorrendo teu corpo
Um sopro de vento
Nos canta
Segredos de nós
No amor que fazemos
Ao som das ondas
Desmaiando na praia

segunda-feira, março 02, 2015

um sentir

Arseny Semyonov

Para lá do desejo
Um sentir que está presente
Em pequenos sinais
Vai entendendo
Que não é mais que
Ínfimo grão de areia
Soprado nas asas do vento
Acha de fogueira
Em brando lume
As entranhas de quem sofre
Vai queimando
Magoado e sem chama
Estará sempre ausente
Para quem ama
E nada sente

domingo, fevereiro 22, 2015

É preciso

Nikita Sergushki


É preciso entender
Quer o tempo chore ou ria
Há vidas para viver
E mesmo a negra noite
Uma luz iluminará
As curvas dos pensamentos
Que seus sonhos guiarão
É preciso entender
Que o dom da vida
É bem a preservar
São sonhos das palavras
Que se dizem
E na forma de as dizer
É preciso entender
Nas asas de uma má palavra
Para longe
Corações podem voar
E não serão outras palavras
Que os farão regressar
É preciso entender
Para montanhas mover
É necessário almejar
E a força de amar
É preciso entender
Que para sonhos realizar
É preciso confiar!

terça-feira, fevereiro 17, 2015

Não





Não existe
É tão só uma evasiva opção
Tida com verdade
Desculpa
Para além da visão
Do que rodeia quem
Depreendendo ser
O centro do mundo
Diz estar só
Em envolvente multidão
Escusa de argumentos
Por veredas de palavras ocas
No deserto de atentar
Em dolência de queixume
Se deixa embalar
Esquecendo a alegria
Divaga sempre triste
Cerrando-se em si
Esquece
Que a solidão não existe.

terça-feira, fevereiro 10, 2015

Fado

Ira Zhuyka Dzhul

Na letra de um fado
Recordações de um passado
Que nos canta alegrias
É poema que recorda
Quantos encantos vividos
Pelas noites
Pelos dias
Cada canto é um acorde
Nos gemidos da guitarra
No trinar de uma viola
Quando sentida nos diz
Estava precisada de alguém
Que gostasse de mim assim

segunda-feira, fevereiro 09, 2015

Penso que fui

Ildiko-Neer

Penso que fui
Já não sou
Quem
No vago das noites
Exilio a prazo
Assumido
De frigidas vestes guarnecido
No tempero de um grito
Que da dolência se alimenta
Já fui
Já não serei
Ou serei
Amásio
Acaso o vazio regresse
E então nada foi
Porque há sempre
Um silêncio
Que guarda
O que de nós
Sabemos acolher

sábado, janeiro 31, 2015

Ausencia

Katerina Plotnikova


Jogam-se os pensamentos
Onde os desejos nos levam
Criando sonhos
Alimentados pelas vontades
Sentidos pelas saudades
Tidas na ausência
Acrescidas pelo tempo
.

sábado, janeiro 17, 2015

Flor



Bolachinha, Torrão
Desliza graciosa
Ente as mesas e o balcão
Sorriso amável
Olhar maroto
Algo malandro e afável
Sedutora no andar
Espalhando alegria
Sem ser linda
Sabe ser bela
Rebento de flor de primavera
É
Dália, Lírio, Magnólia
Flor de encantos mil

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