quarta-feira, abril 18, 2012

Força


Todos temos nossos fantasmas
Forças que são fraquezas
Fraquezas que são nossas armas
Em tempo incerto estamos
No futuro em que nos vemos
Sabendo a quem a amamos
Sabemos a quem queremos
Sermos sempre amados
Qual flor de jardim florido
Teremos sempre um amor
Por quem nos é querido
No amor nos encontramos
E ao amarmos damos tudo
Sabendo que amamos
Já julgamos saber tudo
E de tudo o que sabemos
Do quanto ignoramos
Àqueles a quem queremos
Por amor nos entregamos
Sermos capazes de amar
E de nós nos esquecermos
No amor nós encontramos
A força com que vencemos
Força que é fraqueza
Fraqueza que é nossa arma
Por amor cada um tem
O seu próprio fantasma.
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segunda-feira, abril 16, 2012

Ao escurecer




Ao escurecer, sento-me à beira mar, e retorno ao tempo em que ainda nos tínhamos. Por vezes admito que ainda vamos voltar a ser nós, mas é tudo alucinação. Tu saíste da minha vida como um bando de pássaros que abalaram para outras paragens, e se queres saber, eu também já nem sei se ainda te quero de volta.
Foto : The  Professor

domingo, abril 15, 2012

Leito


Em gemidos
Sobressaltos
Teu corpo
Meu leito
Fragâncias que liberta
Nelas cresce o desejo
Teus lábios
De paixão sedentos
Deslizando por teu peito
Teus seios
De prazer desfiladeiros
Na troca de caricias
Em teu colo me deito
Numa vontade desperta
Nossos corpos se enleiam
Tela criando
De cores vivas e quentes
Em gemidos
Sobressaltos
Nossos corpos
Nosso leito.
.

sábado, abril 14, 2012

Teu Corpo



Em ti estou
Em ti eu ando
Em ti eu sou
Pássaro livre esvoaçando
Por ti navego
Nestas linhas
Escrevo
Ao correr da pena
Poema cego
Que verso faz
De mim me afasta
A mim te traz
Em ti estou indo
Em ti me sinto
Na paixão
Que em teu corpo
Vou descobrindo
Nos sentidos
Em que me envolves
Leves brisas
Que me enleiam
Sonhos
Nas frescas brumas
De ti me chegam
.
Foto driver

quarta-feira, abril 11, 2012

Ontem



Ontem deitei-me tarde…

Não… hoje deitei-me cedo, seriam umas 2,40 da manhã.
O relógio discorria a contagem das horas em sentindo decrescente. Dormi, ou talvez não, passaram algumas horas em que me ausentei, por onde não sei! pelo desconhecido que nos envolve quando passamos ao estado de letargia e abandono a que chamamos dormir!
- será que o tal de subconsciente é um desconhecido?
E, a que horas não sei, abri os olhos e regressei ao ponto de partida.
O que se passou naquele espaço / tempo mantêm-se uma incógnita.
- terei corrido, gritado, amado ?
Onde estive?
Em que guerras me terei envolvido?
Que mulheres terei amado?
Em que dimensão estive?... há quem fale na quinta dimensão!
Depois, bem depois as horas sucederam-se! Deslizando como se o ponteiro do relógio fosse um foragido em busca de refugio,
- vem à memória o argumento de um policial em que, quando o perseguido parece a salvo do perseguidor, por artes mágicas do argumentista se encontra de novo no inicio da fuga e tudo recomeça do zero,
e lá está o ponteiro, tic... tac... tic... tac... de novo a caminho do zero para que tudo recomece.
Apetece-me!
Sair, pegar a estrada e... ir acelerando... libertar os cavalos, ouvi-los relinchar, senti-los transpirar e o pé, carregando mais e mais, sempre mais, deixá-los tomar o freio nos dentes e voarem bem alto quebrando amarras, libertando-me.
abrir um espaço, que seja bem fundo, um refugio para um foragido da vida.
Ser um relógio, tic… tic… tac... tac... tic... tic… tac… tac.. tic... tic… pendular com a certeza do regresso sempre ao zero.

-
Foto: The Professor

terça-feira, abril 10, 2012

Conta Corrente


Nada devo á vida
A vida nada me deve
Do contrato que fizemos
Não escrito
Não falado
Conta corrente não existe
Tão só
Trocas sem valor definido
São apenas desejos
Risos, dores, prazeres
Vontades
Ou nem isso
Soma de erros
Em que o valor é omisso
Colunas de deve e haver
Vazias de sentir
Saldo zero de viver
.


  • Foto : Agnieszka Motyka
  • domingo, abril 08, 2012

    Memória de chuva em mim



    A manhã nasceu assim,cinzenta , desnuda e sem rumo definido como eu.
     Algumas gotas de chuva tombaram  durante a noite e inundaram a rua vazia de ti.
     Aflito andei sem rumo. 
    Talvez te procurasse.
     Não sei! 
    Ainda te procuro e tu nem sabes mais de mim.



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