sexta-feira, setembro 30, 2022

Alentejo

 

Foste o celeiro da nação
Terra de povo valente
Resistindo até á morte,
Nunca subserviente

De tuas entranhas brotava o pão
Que o país alimentava
Vastas searas de orgulho 
De quem as semeava
 
De batalhas travadas
Por interesses que não teus
Foste terra abandonada
Em ti deserto nasceu
 
Nunca desististe
De defender desejo teu
Pujante em tua vontade
Tua filha nasceu
 
Suas águas são o sangue do teu corpo
Percorrendo tuas entranhas
Regam inóspitas terras
Antes desamparadas
 
Recuperaste a beleza
Dos tempos de outrora
Das tuas entranhas
Nascem outras riquezas agora
 
Em teus campos caminho
Meus olhos se embaciando
Sente-se crescer o carinho
Cada dia mais te amando

Em tuas terras renascidas
De olivais e amendoeiras
O extenso manto de verde
Na beleza das tuas videiras
.
Autor : Pintor de Palavras
Imagem:desconheço o autor

quinta-feira, setembro 29, 2022

Amizade


O bailado das ondas
Sobre o mar pagodeando
Desmaiando de afetos
A praia vai abraçando
Em extenso areal
Onde se espelham raios de sol
Em sereno desmaiar
Renascendo os sonhos
Por onde andam
Teus devaneios
Medos e anseios
Ao mar perguntas
Onde podes buscar
A alegria de viver
E aos ventos bradar
Num segredo diz-te o mar
Outra caminhada iniciar
Que te irá arrebatar
Para em novas manhãs
Sem acordar
Novo corpo abraçar
Outro afeto gozar
Do marasmo sair
A vida reencontrar
E quando uma janela abrir
Ver o Sol brilhar
.
Autor : Pintor de Palavras
Imagem: anna derzhanovskaya

segunda-feira, setembro 26, 2022

De poesia são

 

De poesia são
Os ecos de teus dizeres
Que em cada estrofe me trazes.
Cantados no sentir de cada palavra
Ecoam ao longo de verdejantes vertentes
Nas serras e vales
De nossos sonhadores devaneios
Cavalgando docilmente o dorso dos ventos
Em desfiladeiros de sentimentos
Palas margens de secretos riachos
Desabrocham
Silvestres jardins de matizados tons
Irreverentes de selvagem beleza
Libertando inebriantes perfumes que nos conduzem
A seus épicos poemas
Filhas da natureza
Crescem em liberdade
Quais pinceladas em tela do prado de mil cores pintado
Perdurando na memória dos tempos ficam gravados em nós.

São de poesia os ecos nascidos da tua pena

Autor : Pintor de Palavras
imagem: sina domke

domingo, setembro 25, 2022

quando . . .




Quando estou triste e minha alma cansada
Quando o mundo desaba
Quando negras nuvens ensombram os pensamentos
E a dor é insuportável
Silêncio é o meu refúgio
Eis que chegas
Ouvindo a tua voz
Debruço-me no teu colo e a calma regressa
Tu me levantas
Levantando-me levas-me a subir às mais altas escarpas
De onde se alcança o horizonte da esperança
A dor alivia
Na calma que me transmites
Contigo caminho sobre as mais violentas tempestades
E ganho forças quando em mim sinto a tua mão
Sei que sou capaz de conseguir
Vencer todas as dificuldades
Porque o teu colo está lá
Esperando por mim

autor :Pintor de Palavras
imagem : matt cherubino

sexta-feira, setembro 23, 2022

Outono


 


Nas árvores as folhas amarelecem
Misto de tons profusos
Algumas
Vão-se desprendendo
Em erótico desnudar
Dos galhos que até então as sustinham
Expondo-os à intempérie
Dos elementos, olhares indiscretos
Graciosamente em seu balancear
Ao som de melodia
Trazida pelos ventos
Que só elas ouvem e sentem
 
É Outono
 
Apetece-me enviar-te as mais belas flores
Forjando imaculado manto
Arrolhando teu desnudado corpo
Com ternura

Autor  :Pintor de Palavraa
Imagem : Kindra Nicole

quinta-feira, setembro 22, 2022

Continuação

…hoje regressou um pequeno cansaço.

Ainda que sem forçar a subida da exigente escarpa, nem sempre a solidão de uma escalada a sós será a melhor companhia.
Sente-se a falta da ternura de uma palavra amiga que nos dê alento ondo nos possamos apoiar qual agarra da montanha.
Atingido que foi um planalto, acima da linha das alvas nuvens de um branco imaculado espraiando os olhos até onde a vista alcança, sento-me numa saliência da escarpa e deixo a vista divagar pela beleza que me assiste.
Do manto, aqui e ali, elevam-se pequenos cômoros, quais vigilantes protegendo alva paisagem.
Ao longe avista-se gigante pássaro de aço transportando dentre de si alegrias, sonhos, tristezas, clandestinos amantes em fuga da mentira de falsos amores.
Por vezes pequena e rebelde névoa desprende-se da nuvem mãe e levada pelos ventos vai aninhar-se noutra nuvem, procurando, quem sabe, o seu amor secreto.
Na imensidão da alva brancura que a vista alcança sentimos quão pequenos somos e a insignificância do que pautamos importante ser.

Calmaria a que assisto e descanso, recuperando forças para continuar a subida da escarpa, procurando atingir o seu cume e lá te encontrar esperando-me.

… hoje é dia de descanso…

... voltarei...

...continua...

Autor : Pintor de Palavras
Imagem : Evan Atwood

terça-feira, setembro 20, 2022

Acordei

 

Ideias nascem em catadupa

Dançando sem pauta nem maestro
Em intenso frenesim
Cada uma procurando seu lugar
Na melodia
Que te procura
Nunca vi teus olhos
Arco iris de multicores

Soltam-se em liberdade
Palavras escritas
Ao sabor da pena
Na tela gravando imagens
Sentir da prosa expressa
Vão ficando em pensamentos
Até ti minhas viagens

Fica o segredo
Da troca e do prazer
De sabermos a verdade
Possuir a poesia
A nossa cumplicidade

Autor : Pintor de Palavras
Imagem : Janelle Pietrzak

Seguidores