domingo, março 15, 2015

Rosa

Fetish

E o fogo do brilho do seu olhar
Reflectindo a luz do luar que brilhava
Na viela escura
Degraus subindo
De rosto afogueado
Seus olhos
Dois botões de brancas rosas
Espelhando um amor retraído
Procuravam seu beijo
Sentir a brisa dos lábios
Deslizando em seu rosto
As bocas
Se tocando
Na humidade de um beijo ardente
De amor sedento
O corpo tremendo
Quando seus olhos beijou
O tempo parou

sábado, março 07, 2015

momentos

Metin Demiralay

Há quem fique em nós
E há quem passe
E de si nada fique
Memorias das ondas
De palavras
Imagens
Que nua te mostra
E trazem até mim
Gota de água salgada
Molhando meu rosto
Lágrima de saudade
As emoções dos lábios
Percorrendo teu corpo
Um sopro de vento
Nos canta
Segredos de nós
No amor que fazemos
Ao som das ondas
Desmaiando na praia

segunda-feira, março 02, 2015

um sentir

Arseny Semyonov

Para lá do desejo
Um sentir que está presente
Em pequenos sinais
Vai entendendo
Que não é mais que
Ínfimo grão de areia
Soprado nas asas do vento
Acha de fogueira
Em brando lume
As entranhas de quem sofre
Vai queimando
Magoado e sem chama
Estará sempre ausente
Para quem ama
E nada sente

domingo, fevereiro 22, 2015

É preciso

Nikita Sergushki


É preciso entender
Quer o tempo chore ou ria
Há vidas para viver
E mesmo a negra noite
Uma luz iluminará
As curvas dos pensamentos
Que seus sonhos guiarão
É preciso entender
Que o dom da vida
É bem a preservar
São sonhos das palavras
Que se dizem
E na forma de as dizer
É preciso entender
Nas asas de uma má palavra
Para longe
Corações podem voar
E não serão outras palavras
Que os farão regressar
É preciso entender
Para montanhas mover
É necessário almejar
E a força de amar
É preciso entender
Que para sonhos realizar
É preciso confiar!

terça-feira, fevereiro 17, 2015

Não





Não existe
É tão só uma evasiva opção
Tida com verdade
Desculpa
Para além da visão
Do que rodeia quem
Depreendendo ser
O centro do mundo
Diz estar só
Em envolvente multidão
Escusa de argumentos
Por veredas de palavras ocas
No deserto de atentar
Em dolência de queixume
Se deixa embalar
Esquecendo a alegria
Divaga sempre triste
Cerrando-se em si
Esquece
Que a solidão não existe.

terça-feira, fevereiro 10, 2015

Fado

Ira Zhuyka Dzhul

Na letra de um fado
Recordações de um passado
Que nos canta alegrias
É poema que recorda
Quantos encantos vividos
Pelas noites
Pelos dias
Cada canto é um acorde
Nos gemidos da guitarra
No trinar de uma viola
Quando sentida nos diz
Estava precisada de alguém
Que gostasse de mim assim

segunda-feira, fevereiro 09, 2015

Penso que fui

Ildiko-Neer

Penso que fui
Já não sou
Quem
No vago das noites
Exilio a prazo
Assumido
De frigidas vestes guarnecido
No tempero de um grito
Que da dolência se alimenta
Já fui
Já não serei
Ou serei
Amásio
Acaso o vazio regresse
E então nada foi
Porque há sempre
Um silêncio
Que guarda
O que de nós
Sabemos acolher

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