quinta-feira, maio 18, 2017

diz-me...

victor bauer

Estás na noite
Pra lá do vento
Entre o ir e o vir
Das palavras trocadas
Em que a poesia
Se faz sentir
Diz-me
Onde andas
O que fazes
Nas horas em que não estou
Diz-me
Se há um tempo
Em que o tempo te trará
Num abraço que se troca
No aperto de quem deseja
Ser mais que nada
Onde está a magia
De teus olhos
Brilhando noite e dia
No sorriso do teu olhar
Em tua boca
De beijos sedenta
Noutra boca procurando
Beijos para trocar
Diz-me…

sábado, novembro 14, 2015

segredos

Mira Nedyalkova

Todos têm segredos
Coragens, orgulhos, medos
Em cada um existe
O herói e o vilão
Que vai dizendo que sim
Sabendo dizer não
O tempo que o tempo leva
É o mesmo que tempo trás
Que parecendo igual
Se torna diferente
Esquecendo o que sentiu
Nas recordações
Do quanto sente
Albergando regresso de memórias
Que se tornam turbilhão
Vivido no presente

segunda-feira, novembro 02, 2015

perfume

Magdalena MadZ

Nem o sol
Nem a lua
Escondem os seus defeitos
De virtudes escassa
Fluente na atitude
Da verdade nua e crua
Que se ergue
Nas palavras
Ditas por amor ou azedume
Em permanente fogueira de paixões
Nascidas de uma vida vazia
Em constante procura
Do odor de um novo perfume

quarta-feira, outubro 28, 2015

viajando

Christine Ellger

Viajando as paisagens vão alternado trazendo até nós, verdes campos, alvas serras entre o belo e o ilusório, marcas que ficam e outras que se perdem nos confins das memórias, e ainda aquelas que ténues por entre a névoa trespassam transversalmente pensamentos e qual nebulosa de galáxia distante.

quarta-feira, outubro 14, 2015

Presença

Nishe

É tão só um pequeno passo
Da melancolia
Ao prazer da vida
À alegria
São inferências
Das palavras soltas
Num dizer em ares de fogo incontido
Afectos que um namoro contém
Desejo de aos ventos trovar
Incontida paixão
Na sede de um abraço
Que não está
Mas que se sente
Na presença
Da ausência

domingo, outubro 11, 2015

Podes

© L U I G I • Q U A R T A
Podes olhar-me
E ver quem eu não sou
Podes chamar-me
Por um nome que não é o meu
Podes jurar
Saber em que acredito
Ver-me calcorrear montes e vales
Pelas estepes mais agrestes
Por floridos prados na primavera
Que não saberás quem sou
De onde venho
Para onde vou

quinta-feira, outubro 08, 2015

Rosa

Alisa Wilcher


De olhos fechados
Acordada
Teus olhos vêem uma rosa
Reluzente pela manhã
Pelo brilho do orvalho
Gotas depositadas em suas pétalas
Pela noite
De amantes sonhos
De vermelhas rosas
Sangue de vida que corre
No sonho de teus amores
E esperas ter em ti
O voo de bandos de aves
Com asas de pétalas de rosa
De toque aveludado
E voas
Voa sempre
Que tua rosa encontrarás

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