segunda-feira, março 02, 2015

um sentir

Arseny Semyonov

Para lá do desejo
Um sentir que está presente
Em pequenos sinais
Vai entendendo
Que não é mais que
Ínfimo grão de areia
Soprado nas asas do vento
Acha de fogueira
Em brando lume
As entranhas de quem sofre
Vai queimando
Magoado e sem chama
Estará sempre ausente
Para quem ama
E nada sente

domingo, fevereiro 22, 2015

É preciso

Nikita Sergushki


É preciso entender
Quer o tempo chore ou ria
Há vidas para viver
E mesmo a negra noite
Uma luz iluminará
As curvas dos pensamentos
Que seus sonhos guiarão
É preciso entender
Que o dom da vida
É bem a preservar
São sonhos das palavras
Que se dizem
E na forma de as dizer
É preciso entender
Nas asas de uma má palavra
Para longe
Corações podem voar
E não serão outras palavras
Que os farão regressar
É preciso entender
Para montanhas mover
É necessário almejar
E a força de amar
É preciso entender
Que para sonhos realizar
É preciso confiar!

terça-feira, fevereiro 17, 2015

Não





Não existe
É tão só uma evasiva opção
Tida com verdade
Desculpa
Para além da visão
Do que rodeia quem
Depreendendo ser
O centro do mundo
Diz estar só
Em envolvente multidão
Escusa de argumentos
Por veredas de palavras ocas
No deserto de atentar
Em dolência de queixume
Se deixa embalar
Esquecendo a alegria
Divaga sempre triste
Cerrando-se em si
Esquece
Que a solidão não existe.

terça-feira, fevereiro 10, 2015

Fado

Ira Zhuyka Dzhul

Na letra de um fado
Recordações de um passado
Que nos canta alegrias
É poema que recorda
Quantos encantos vividos
Pelas noites
Pelos dias
Cada canto é um acorde
Nos gemidos da guitarra
No trinar de uma viola
Quando sentida nos diz
Estava precisada de alguém
Que gostasse de mim assim

segunda-feira, fevereiro 09, 2015

Penso que fui

Ildiko-Neer

Penso que fui
Já não sou
Quem
No vago das noites
Exilio a prazo
Assumido
De frigidas vestes guarnecido
No tempero de um grito
Que da dolência se alimenta
Já fui
Já não serei
Ou serei
Amásio
Acaso o vazio regresse
E então nada foi
Porque há sempre
Um silêncio
Que guarda
O que de nós
Sabemos acolher

sábado, janeiro 31, 2015

Ausencia

Katerina Plotnikova


Jogam-se os pensamentos
Onde os desejos nos levam
Criando sonhos
Alimentados pelas vontades
Sentidos pelas saudades
Tidas na ausência
Acrescidas pelo tempo
.

sábado, janeiro 17, 2015

Flor



Bolachinha, Torrão
Desliza graciosa
Ente as mesas e o balcão
Sorriso amável
Olhar maroto
Algo malandro e afável
Sedutora no andar
Espalhando alegria
Sem ser linda
Sabe ser bela
Rebento de flor de primavera
É
Dália, Lírio, Magnólia
Flor de encantos mil

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