sábado, outubro 26, 2013

Chove


Acolhe a chuva da
tarde, e dá-me a tua mão,
a minha pele precisa sentir,
o frio e o calor do teu corpo.

Vamos passear pela rua inundada,
como dois enamorados,
com a chuva a infiltrar-se,
nos nossos ossos.

Vamos de mão dada, e não me digas
nada.
Amanhã não sabemos onde estaremos.


E chove na minha cidade.
.

domingo, outubro 13, 2013

Soldado

© Jaroslav Mares

Em serenas águas está
No Geba que o mar encontra
Ao largo do Pigiguiti ancorado
Gigante de ferro armado
Qual mãe
Em suas entranhas contém
Milhares de filhos/Soldado
O que os espera não sabe
O medo é a verdade
De cada um neste momento
Em pertinente pergunta
Que faz aqui?
Guerreiro que é
Pira que a nova terra chega
Olhando o Sol
Que vai nascendo
A névoa se dissipando
Para além do capim
Em desfocadas imagens
Avista
Outra terra
Outras gentes
A guerra
Á sua espera
Num saldo de
Mortos,
Loucos,
Estropiados,
Da vida deserdados
E Ele
Guerreiro
Pronto a matar
Não é gente,
Qual cão danado
Já nada sente
É somente

SOLDADO

segunda-feira, outubro 07, 2013

e eu só queria o teu abraço


Falaste-me
Das viagens em torno de ti
E dos teus ideais
Do voo dos pássaros
E do ocaso do dia
Em frente de nós

Falaste-me de ti
E dos braços melancólicos
ao longo do corpo e do vento

E eu só queria o teu abraço
.

sexta-feira, setembro 27, 2013

Onde foi que nos perdemos?

William Rose

Onde foi que nos perdemos?
Onde estão os trilhos que já não me levam a ti?
Onde posso ainda chamar  o teu nome?
e esconder a minha mão na tua

Onde foi que nos perdemos
que já não ouço os teus passos?

E
quando vejo alguém a ajeitar o cabelo,
lembro exactamente,
das tuas mãos em luta contra o vento,
e o tempo
que
se esvai em nós.
.

domingo, setembro 15, 2013

Desejo-te




Espero por ti
No leito
De meus pensamentos
Na nudez do teu corpo
Em que me deleito
Nos seios que de ti emergem
Sedentos de desejo
Deslizando lábios de seda
Em teu corpo humedecido
Num estremecer de prazer sentido
Teu corpo desmaia
Por mim possuído

quinta-feira, setembro 05, 2013

dimka angelova

Já ninguém sabe de mim, nem eu tão pouco. 
Hoje sou barco se assim o desejar.
Amanhã estarei a sonhar com o azul espelhado nos teus olhos.
Os teus olhos lembram um rio.
Lembram o mar
E eu já não sei de ti.

terça-feira, agosto 27, 2013

Recordações

Jeffrey G. Batchelor

Neste sol que me envolve
Pelo mar que estou olhando
Recordações
Breves, indolentes
E outro tempo
Pelo tempo vão passando
Ondas repetidas
Em monótona sequência
Fracas
Esmorecidas
Na praia desmaiando
Soltas folhas esvoaçando
E, ao vento
Em seu cair
Sonhos de vidas perdidas
Vão levando

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