segunda-feira, abril 30, 2012

amigo


Em ondas de amor gerado
Em mar de dores parido
Em ondas de sonhos criado
Em mar de dores vivido
                                    
Ondas de sonhos viveste
Ondas de amor navegaste
Tuas ondas escolheste
Tuas ondas partilhaste

Numa onda que viste
Tua onda encontraste
Na onda em que partiste
Marés de saudades deixaste.
.
Foto : papajedi

domingo, abril 29, 2012

Sei


Sei que nunca vimos juntos
O pôr do sol e que nunca me olhaste
Assim quando eu nem sequer sabia de ti.

Mas sei que em ti existem sentires
Que tu nem sequer sabes que existem
E que eu espero um dia também sentir.

Por isso hoje quando o sol se esconder
Eu sei que algures tu estás a ver
O mesmo sol que nos aqueceu .

foto : komarek66


sábado, abril 28, 2012

Eu


No espelho em que me vejo
Num olhar dentro de mim
Tento ver o que sou
Juiz em causa própria
Em tendencioso julgamento
De parcial sentença ditando
Seco, bruto e rude
Árvore selvagem
De espinhos revestida
Meigo, terno e carinhoso
Papoila a que o vento leva as pétalas
Despindo o esguio caule
Que em suaves movimentos
Continua dançando a vida.
.
Foto : dormik

quarta-feira, abril 25, 2012

até amanhã...ou a vontade de viver...


Faz tempo!
Quanto não sei!
Faz tempo que não te ouvia!
Tempo ou espaço?
 Porque espaço é o tempo que medeia entre o antes e o depois!
Hoje ouvi-te.
Ouvi as tuas lágrimas.
Aconteceu hoje.
 Podia ter acontecido ontem ou…
Percebi.
Percebi que a vida é tramada, cruel, até desumana.
Leio muitas e muitas vezes “vive cada dia como se fosse o último”.
O último de quê?
De nada!
Do nada que somos!
Do nada em que estamos!
Do nada de onde viemos!
Do nada para onde vamos!
Do nada em que te encontras!
Do nada que sobrou!
Revolta mais que mágoa eras tu, ali!
Revolta de ti?
 De quem?
 De quê?
Ficou a duvida.
Percebi.
Percebi que te conheço!
Estranho talvez dizer que te conheço, se não sei se a mim me conheço.
Frases simples permitiram, a uma distância que a tecnologia tornou nula, sentir a tua mágoa, revolta, desespero! 
E que mais…A prisão em que te sentes!
Grilhetas do passado aprisionando teu futuro!
Futuro? Onde?
“Vive cada dia como se fosse o último” quererá dizer que o futuro se resume a um dia?
Um dia igual a qual?
Ao de ontem?
Um dia igual ao de hoje?
Então para quê vivê-lo?
Será cobardia não o viver?
Será coragem?Será o que for…Não o sei!
Hoje ouvi-te...
Ouvi-te dizeres
…………………………...............................Até amanhã..



domingo, abril 22, 2012

Solidão


Por mareantes águas de sentir
Vais navegando
Dispersos pensamentos
São os ventos que te movem
O sol-pôr de cada dia
É a estrela tua guia
Amante noite
Para tua companhia
Na solidão
De um tempo vazio
Feito de nada
Em que vagueias perdida
Por errante estrada
Nas multidões que te envolvem
Sem que as vejas ou sintas
A solidão que sentes
No abraço da noite
Teus sonhos vais desenhando



Para a B.
.

  • Foto : Beatrisa
  • sábado, abril 21, 2012

    Tudo e Ninguém


    Do terraço o mar avisto
    Em espelho prateado
    Luz da lua reflectindo
    Em sereno adormecido
    O que dele conhecemos
    Tanto e tão pouco sabemos
    Dos perigos que encerra
    Quando se agita e altera
    E dessa forma nosso amigo
    Nos avisa do perigo
    Se o julgamos conhecer
    Num amigo que teremos
    E nem sempre percebemos
    O que nos quer dizer
    Os amigos onde estão!?
    Não os vejo, quem serão!?
    Dum amigo recebemos
    Apoio se precisamos
    Ralhos se os merecemos
    Um amigo ouvir
    Um alerta nos fazer
    Quanto custa entender
    Que os avisos que nos faz
    São bóia p’ra nos salvar
    E assim sermos capaz
    De seus erros perdoar
    P’los amigos inventados
    Pedaços de vida rasgados
    Ficando sem saber
    Quem somos
    Que faremos
    Donde vimos p’ra onde vamos
    Somos ilha, continente
    Pequena migalha de gente
    Estamos aqui e além

    Somos tudo e ninguém!

    .

    quinta-feira, abril 19, 2012

    sem


    sem silhuetas de realidades, vagueio pensamentos pincelados, em cores sépia, retenho ainda as sinuosidades do teu corpo, que a lembrança teima em não querer varrer. não me atrevo a argumentar se é bom ou mau.  apenas sonho.
    .
    Foto  .Arveth

    quarta-feira, abril 18, 2012

    Força


    Todos temos nossos fantasmas
    Forças que são fraquezas
    Fraquezas que são nossas armas
    Em tempo incerto estamos
    No futuro em que nos vemos
    Sabendo a quem a amamos
    Sabemos a quem queremos
    Sermos sempre amados
    Qual flor de jardim florido
    Teremos sempre um amor
    Por quem nos é querido
    No amor nos encontramos
    E ao amarmos damos tudo
    Sabendo que amamos
    Já julgamos saber tudo
    E de tudo o que sabemos
    Do quanto ignoramos
    Àqueles a quem queremos
    Por amor nos entregamos
    Sermos capazes de amar
    E de nós nos esquecermos
    No amor nós encontramos
    A força com que vencemos
    Força que é fraqueza
    Fraqueza que é nossa arma
    Por amor cada um tem
    O seu próprio fantasma.
    .

    segunda-feira, abril 16, 2012

    Ao escurecer




    Ao escurecer, sento-me à beira mar, e retorno ao tempo em que ainda nos tínhamos. Por vezes admito que ainda vamos voltar a ser nós, mas é tudo alucinação. Tu saíste da minha vida como um bando de pássaros que abalaram para outras paragens, e se queres saber, eu também já nem sei se ainda te quero de volta.
    Foto : The  Professor

    domingo, abril 15, 2012

    Leito


    Em gemidos
    Sobressaltos
    Teu corpo
    Meu leito
    Fragâncias que liberta
    Nelas cresce o desejo
    Teus lábios
    De paixão sedentos
    Deslizando por teu peito
    Teus seios
    De prazer desfiladeiros
    Na troca de caricias
    Em teu colo me deito
    Numa vontade desperta
    Nossos corpos se enleiam
    Tela criando
    De cores vivas e quentes
    Em gemidos
    Sobressaltos
    Nossos corpos
    Nosso leito.
    .

    sábado, abril 14, 2012

    Teu Corpo



    Em ti estou
    Em ti eu ando
    Em ti eu sou
    Pássaro livre esvoaçando
    Por ti navego
    Nestas linhas
    Escrevo
    Ao correr da pena
    Poema cego
    Que verso faz
    De mim me afasta
    A mim te traz
    Em ti estou indo
    Em ti me sinto
    Na paixão
    Que em teu corpo
    Vou descobrindo
    Nos sentidos
    Em que me envolves
    Leves brisas
    Que me enleiam
    Sonhos
    Nas frescas brumas
    De ti me chegam
    .
    Foto driver

    quarta-feira, abril 11, 2012

    Ontem



    Ontem deitei-me tarde…

    Não… hoje deitei-me cedo, seriam umas 2,40 da manhã.
    O relógio discorria a contagem das horas em sentindo decrescente. Dormi, ou talvez não, passaram algumas horas em que me ausentei, por onde não sei! pelo desconhecido que nos envolve quando passamos ao estado de letargia e abandono a que chamamos dormir!
    - será que o tal de subconsciente é um desconhecido?
    E, a que horas não sei, abri os olhos e regressei ao ponto de partida.
    O que se passou naquele espaço / tempo mantêm-se uma incógnita.
    - terei corrido, gritado, amado ?
    Onde estive?
    Em que guerras me terei envolvido?
    Que mulheres terei amado?
    Em que dimensão estive?... há quem fale na quinta dimensão!
    Depois, bem depois as horas sucederam-se! Deslizando como se o ponteiro do relógio fosse um foragido em busca de refugio,
    - vem à memória o argumento de um policial em que, quando o perseguido parece a salvo do perseguidor, por artes mágicas do argumentista se encontra de novo no inicio da fuga e tudo recomeça do zero,
    e lá está o ponteiro, tic... tac... tic... tac... de novo a caminho do zero para que tudo recomece.
    Apetece-me!
    Sair, pegar a estrada e... ir acelerando... libertar os cavalos, ouvi-los relinchar, senti-los transpirar e o pé, carregando mais e mais, sempre mais, deixá-los tomar o freio nos dentes e voarem bem alto quebrando amarras, libertando-me.
    abrir um espaço, que seja bem fundo, um refugio para um foragido da vida.
    Ser um relógio, tic… tic… tac... tac... tic... tic… tac… tac.. tic... tic… pendular com a certeza do regresso sempre ao zero.

    -
    Foto: The Professor

    terça-feira, abril 10, 2012

    Conta Corrente


    Nada devo á vida
    A vida nada me deve
    Do contrato que fizemos
    Não escrito
    Não falado
    Conta corrente não existe
    Tão só
    Trocas sem valor definido
    São apenas desejos
    Risos, dores, prazeres
    Vontades
    Ou nem isso
    Soma de erros
    Em que o valor é omisso
    Colunas de deve e haver
    Vazias de sentir
    Saldo zero de viver
    .


  • Foto : Agnieszka Motyka
  • domingo, abril 08, 2012

    Memória de chuva em mim



    A manhã nasceu assim,cinzenta , desnuda e sem rumo definido como eu.
     Algumas gotas de chuva tombaram  durante a noite e inundaram a rua vazia de ti.
     Aflito andei sem rumo. 
    Talvez te procurasse.
     Não sei! 
    Ainda te procuro e tu nem sabes mais de mim.



    quinta-feira, abril 05, 2012

    Horizontes



    O mar é lindo
    N’ele estou indo
    P´ra lá do vento
    P’rálém do mar
    Vou navegando
    Em pesamento
    Mar sereno
    Mar revolto
    Fonte de vida
    É
    Como mulher fria e fingida
    Quando se altera
    Em suas ondas
    Se torna gigante
    A cada momento
    A vida nos tira
    Como uma amante
    Quem diz que não ama
    É porque mente
    Foge á verdade
    O amor
    É sentimento
    Não escolhe credo
    Não tem idade
    .

    hoje


    hoje a madrugada nasceu grávida de sol
    e eu fingi-me sereia a dançar
    nas águas do mar, enlaçando o vento
    com
    o sol a brilhar no meu olhar.

    quarta-feira, abril 04, 2012

    desenhei-me


    desenhei-me estrela com brilho oculto
    fiquei quieta olhando outra maneira de ver e sentir o vento
    e abafar este meu grito
    envolvido num eco que se desfez sobre o mar.

    segunda-feira, abril 02, 2012

    Olhares




    O que é ver sem olhar
    Ouvir sem escutar
    Ter voz e não falar
    Sofrer e não poder chorar
    Dar sem receber
    Sonhar e não fazer
    Sentir e não poder dizer
    Crer em Deus e não saber rezar
    Ter fé e duvidar
    Que caminho tomar
    Não ir nem ficar
    Saber e ignorar
    Gritar e ninguém ouvir
    Ser alguém e não existir
    O que é viver sem saber

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